quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Produção de baixo custo apenas na China é coisa do passado

São Paulo – Estudo produzido pela consultoria KPMG afirma que pensar na China como o lugar ideal para se terceirizar a produção é coisa do passado. O país já começa a abandonar sua posição de fabricante de itens de baixo custo.
Nick Debnam, responsável pela divisão de Mercado Consumidor para Ásia e Pacífico da KPMG, afirma que é possível observar dispersão da produção de alguns itens, antes concentrada na China. “Um dos exemplos é a confecção de calçados, deslocada para o Vietnã e a Indonésia”, diz.
Por enquanto, a China continua líder na manufatura de bens de menor valor. Nenhum país da região consegue igualar sua escala de produção e raros são os que apresentam uma infraestrutura com chances de competir. Entretanto, além dos salários no país terem aumentado, e os custos de produção, crescido, há também o fato de que a média de idade da população economicamente ativa da China vem aumentando.
O estudo aponta 10 países do sul e do sudeste asiático que, por terem média salarial mais baixa, incentivos para atrair fábricas estrangeiras e uma força de trabalho mais jovem, são promissores candidatos a se tornarem a próxima China dentro de poucas décadas. 

Países:

Bangladesh

As exportações de países como Bangladesh aumentaram e começam a chamar a atenção. O país se destaca pelo baixo custo para se construir e operar uma fábrica, tornando-o atrativo para empresas estrangeiras. Bangladesh, segundo a KPMG, é um dos únicos países capazes de alcançar o mesmo desempenho em exportação, sobretudo de têxteis, da China.

Camboja

Acordos comerciais importantes impulsionaram as exportações do Camboja para a União Europeia nos últimos anos. No país, a manufatura já corresponde a 15% do PIB. O Camboja tem diversos atrativos para empresas estrangeiras, mas um dos destaques é a idade média de sua população economicamente ativa, que é de 22 anos, 12 a menos do que na China.

Índia

A participação da Índia nas exportações mundiais vem crescendo desde 2009. O país concentra esforços na produção itens como os de vestuário, que são um dos destaques, e móveis. A Índia combina baixo custo de instalação de fábricas e média salarial inferior à da região a um abundante contingente de mão-de-obra.

Indonésia

Além de Bangladesh, a Indonésia é o único outro país em condições de ter um desempenho nas exportações parecido com o Chinês, segundo o estudo da KPMG. A venda de calçados do país para o exterior subiu 42% em 2010, e este é apenas um dos exemplos. O país atrai empresas estrangeiras por ter mão de obra abundante e baixo custo, tanto de logística, quanto para instalar uma fábrica.

Malásia

Mais de 25% do PIB da Malásia já corresponde à manufatura. O país, de acordo com o estudo da KPMG, tem fortes fatores competitivos na indústria têxtil. O principal deles é a mão de obra, “fortemente especializada”. Outro destaque do país é sua infraestrutura portuária. Um de seus portos para contêineres está entre os 50 melhores do mundo e compete com os da China.

Paquistão

Os custos da mão de obra são uma das boas razões para se investir em fábricas no Paquistão, segundo o estudo da KPMG. Além disso, o país tem a força de trabalho mais jovem da região: 21 anos, em média, 13 a menos do que na China. No Paquistão, 17% do PIB corresponde à manufatura.

Sri Lanka

O Sri Lanka já conta com importantes acordos comerciais para exportação. Atualmente, 36,9% de tudo que o país vende para fora vai para a União Europeia. Outros 23% vão para os Estados Unidos. O país conta com um importante porto para contêineres, o 29º maior do mundo, segundo o estudo da KPMG.

Tailândia

A Tailândia se destaca, dentre outras áreas, pela produção de componentes de equipamentos eletrônicos para exportar à China. O país firmou tratados comerciais com países do sudeste asiático, China e Japão. E tem a União Europeia como principal destino de suas exportações (11,9%, segundo o estudo da KPMG).

Filipinas

Países “mais jovens e baratos” como as Filipinas são bons para atrair investimentos, segundo aponta o relatório da consultoria KPMG. As ilhas têm importantes acordos comerciais com o sudeste da Ásia, além da Nova Zelândia, Austrália, Índia, Japão, Coreia do Sul e China. A União Europeia é o principal destino das exportações das Filipinas, ficando com 20,7% do que é vendido ao exterior.

Vietnã

O Vietnã é um dos principais países produtores de calçados da região. O país tem ainda uma das mais baratas forças de trabalho, assim como baixos custos para instalação de fábricas. Além disso, a escala da produção vietnamita tem aumentado “dramaticamente”, segundo a KPMG, à medida que a infraestrutura do país se desenvolve rapidamente.


Fonte: Exame

Nenhum comentário:

Postar um comentário