segunda-feira, 16 de abril de 2012

Crise mundial altera perfil do diretor financeiro

A função de finanças está passando por uma transformação significativa, segundo relatório feito pela KPMG International. O estudo constatou que a maioria dos CFOs (Chief Financial Officer) está renovando o seu comprometimento com a melhoria da contribuição de sua função para os negócios, com base em entrevistas feitas com altos executivos de finanças na Europa, Ásia e Américas. 

“Depois de focar incessantemente na eficiência e em cortes de custos desde o início da crise financeira, muitos executivos de finanças procuram agora construir sobre tais ganhos, para auxiliar suas organizações a retomar o crescimento”, observou Pieter van Dijk, sócio da KPMG Brasil, responsável para a área de Financial Management Advisory Services.

“As entrevistas demonstram que essa mudança causou uma melhora significativa na maneira pela qual a função de finanças agrega valor aos seus negócios e, ao mesmo tempo, como ela opera com outras funções corporativas de suporte.”

O relatório, intitulado “Do Registro do Desempenho à Agregação de Valor” (From Keeping Score to Adding Value), constatou que os executivos de finanças já estão desempenhando uma função maior no desenvolvimento do caminho de crescimento de suas empresas. Todavia, os participantes da pesquisa também indicaram que diversos desafios ainda precisam ser superados para a criação de um departamento de finanças mais arrojado e integrado.

Quase todos os participantes do estudo da KPMG citam alguma forma de desafio de capital humano. Especialmente em mercados de rápido crescimento, como os BRICs, os líderes da área de finanças estão encontrando dificuldades para atrair e reter pessoal de finanças com o equilíbrio certo entre habilidades tecnicos e talentos interpessoias para refletir as novas demandas que são colocadas sobre a função de finanças.

“Ao longo dos últimos anos, a função de finanças passou a dividir as suas atividades em duas áreas distintas: funções de rotina, tais como contabilidade e emissão de relatórios financeiros, e as funções de alto valor, como projeções e parceria estratégica de negócios”, complementou Pieter van Dijk. “Como resultado da coleta e análise de dados, atualmente sendo cada vez mais concentradas em centrais de serviços compartilhados, o pessoal de finanças de nível corporativo está sendo transferido do trabalho orientado para transações para atuar em responsabilidades mais estratégicas.”

Os entrevistados do levantamento da KPMG também manifestaram sua frustração contínua com as limitações da tecnologia. Em muitos casos, aplicativos e sistemas herdados de TI, desatualizados, foram citados como barreiras para a melhoria da eficácia da função financeira. Dada a ênfase fundamental para a entrega tempestiva de dados financeiros precisos e consistentes, muitos executivos disseram que querem promover uma diminuição nas lacunas entre os departamentos de TI e financeiro. 

Apesar disso, os executivos também fizeram um alerta contra a adoção rápida de novas tecnologias. Enquanto alguns concordaram que mais automação em finanças seria em geral algo positivo, outros afirmaram que novos implementações de tecnologia são geralmente projetos de mudanças significativas que podem absorver muito tempo de recursos escassos, sem a entrega efetiva dos resultados esperados. 

“Esse relatório mostra que a função de finanças está se tornando mais integrada com os processos de tomada de decisão da organização, o que transforma a função de prestador remoto de informações em consultor de confiança e parceiro estratégico para pessoas em todos os níveis e funções do negócio”, concluiu Pieter van Dijk. 

O relato From Keeping Score to Adding Value foi elaborado pela CFO Reserch Services em colaboração com a KPMG International e teve como base o estudo Novo Papel para Novos Tempos (New Role for New Times), que reuniu informações de entrevistas feitas com 443 executivos financeiros seniores de vários países, tratando das forças, fraquezas e aspirações de equipes de finanças nas Américas do Norte e do Sul, Europa, África e Ásia-Pacífico. 

Fonte: Canal Executivo

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