terça-feira, 3 de abril de 2012

Mudanças ambientais poderão afetar crescimento das empresas, diz estudo

Os impactos ambientais deverão influenciar o rumo dos negócios  nos próximos 20 anos. Ao menos é isso o que prevê a KPMG International em sua pesquisa “Espere o inesperado: construindo valor para os negócios em um mundo em mudança”, que identificou que algumas megaforças afetarão, de maneira significativa, o crescimento das empresas em tal período.

De acordo com o levantamento, que examina como as forças globais poderão impactar os negócios e as indústrias, a estimativa é que as pessoas estejam vivendo em um universo de recursos limitados.

Segundo o presidente da KPMG International, Michael Andrew, o rápido crescimento dos mercados em desenvolvimento, as mudanças climáticas, as questões de segurança energética e a água estão entre as forças que exercerão uma enorme pressão sobre os negócios e a sociedade.

“Sabemos que os governos sozinhos não poderão enfrentar esses desafios. As empresas precisarão assumir um papel de liderança no desenvolvimento de soluções que ajudarão a criar um futuro mais sustentável, pois, ao alavancar suas capacidades de melhorar os processos, criar eficiências, gerenciar riscos e promover inovação, elas contribuirão com a sociedade e com o crescimento econômico no longo prazo”, defende.

Perspectivas de futuro

Entre as megaforças informadas pelo estudo, a KPMG International, estão as seguintes:
  • Mudanças climáticas: as perdas anuais causadas por mudanças climáticas poderão variar de 1% ao ano, se ações fortes e imediatas forem tomadas, até 5% ao ano, se os formuladores de políticas não agirem rapidamente.
  • Energia e combustíveis: a maior demanda global por energia, as mudanças no padrão geográfico de consumo e as incertezas de fornecimento são alguns dos itens que farão com que os mercados de combustíveis fósseis se tornem mais voláteis e imprevisíveis. Por essa razão, as empresas deverão se preparar para o futuro, repensando em alternativas para a obtenção de energia.
  • Escassez de recursos materiais: como os países em desenvolvimento se industrializam rapidamente, a demanda global por recursos materiais deverá aumentar drasticamente. Com isso, os negócios também deverão enfrentar restrições comerciais crescentes e uma intensa competição global por recursos.
  • Escassez de água: em 2030, a previsão é que a demanda global por água fresca exceda as provisões em 40%. Desta maneira, as empresas estarão vulneráveis ao racionamento, à queda da qualidade e à volatilidade dos preços da água.
  • Crescimento populacional: a população mundial deverá alcançar 8,4 bilhões em 2032. Isto deixará os ecossistemas e o fornecimento de recursos naturais, como comida, água, energia e materiais, sob uma pressão intensa. Por outro lado, o comércio deverá crescer, assim como a geração de empregos e de criação de inovações para atender à agricultura, ao saneamento, à educação, à tecnologia, às finanças e à saúde das populações crescentes.
  • Riqueza: a classe média global deverá crescer 172% entre 2010 e 2030. Para as empresas, no entanto, o desafio será atender esse novo mercado em uma época em que os recursos serão mais escassos e voláteis.
  • Urbanização: nos próximos 30 anos, o crescimento populacional se concentrará nas cidades, o que exigirá melhorias constantes na infraestrutura urbana.
  • Segurança alimentar: o preço dos alimentos poderá aumentar de 70% a 90% até 2030. Em regiões em que a escassez de água será evidente, os produtores agrícolas provavelmente terão de competir por provisões com outras indústrias - que exigem mais água -, além dos consumidores.
  • Desmatamento: a indústria madeireira e as indústrias de derivados, como papel e celulose, estão vulneráveis a uma potencial regulamentação para reduzir ou reverter o desmatamento. As companhias também podem perceber no futuro que estão sob crescente pressão de clientes para provar que seus produtos são sustentáveis pelo uso de padrões de certificação. Com isso, algumas oportunidades de negócios devem surgir a partir do desenvolvimento de mecanismos de mercado e de incentivos econômicos para reduzir o desmatamento.
Fonte: InfoMoney

Nenhum comentário:

Postar um comentário