quinta-feira, 19 de abril de 2012

Nobel em Economia aconselha investir no mercado interno

As micro e pequenas empresas brasileiras (MPE) devem direcionar suas atividades para o mercado interno, aconselhou o Prêmio Nobel em Economia de 2008, Paul Krugman. Ele proferiu palestra ontem no primeiro dia do Seminário Internacional sobre Pequenos Negócios, que o Sebrae realiza até sexta-feira (20). De acordo com o economista, os mercados emergentes estão relativamente fortes, mas ainda não são tão competitivos quanto os de países ricos.

Na opinião de Krugman, desde 2002 o Brasil passa por um período de fortalecimento da economia interna. A redução das desigualdades de renda, segundo ele, aumentou o mercado consumidor, o que ajuda a mitigar os efeitos da turbulência que atingiu os Estados Unidos e a Europa. Além disso, as empresas e instituições estão mais cuidadosas. "Aqui (no Brasil), as crises estão na memória mais recente. As pessoas não esqueceram que as coisas podem dar errado. O resultado é mais cautela no setor público e privado", disse.

No entanto, Krugman alertou que "é difícil para as pequenas empresas exportarem. O Brasil está ganhando uma classe média, isso é um mercado que elas devem olhar para ter sucesso. É uma tendência", afirma. Entre as dificuldades para as MPE venderam ao mercado externo, segundo o economista, está o fortalecimento da moeda local, que encarece os produtos brasileiros no mercado internacional. "O país enfrenta uma ameaça de perda de competitividade em função do Real forte. Mas não é uma catástrofe", ameniza.

A valorização da moeda brasileira se deve, principalmente, ao acréscimo de investimentos estrangeiros na economia local. Krugman destacou que há um fluxo de capitais do norte para o sul, em referência aos investidores que deixam de investir nos EUA e na Europa e direcionam seus recursos para as economias emergentes. "Os países avançados não são bom lugar para investir. 

Não é porque as coisas se tornaram muito melhores no Brasil, mas é porque pioraram nos países mais avançados", afirma.

Krugman analisou que, mesmo com o interesse pelos mercados emergentes, o nível de investimentos na economia mundial como um todo se reduziu. "As grandes corporações cortaram essas operações. Algo como US$ 2 trilhões desapareceu da economia mundial", relatou.

Fonte: Portal Administradores

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