Pesquisa inédita de Melhores e Maiores revela que seis empresas brasileiras estão entre as dez mais valiosas da América Latina. A Petrobras ocupa o topo do ranking.
O Brasil domina a lista das empresas mais valiosas da
América Latina. Um levantamento da consultoria Economática, feito com
exclusividade para a edição Melhores e Maiores
2012, de EXAME, revela que, no bolo das 200 maiores empresas da região
por valor de mercado no final de 2011, as companhias sediadas no Brasil
representavam 53% do valor total.
No topo da lista, a presença brasileira é ainda maior: das dez
primeiras, seis têm sua base aqui: Petrobras, Vale, Ambev, Itaú
Unibanco, Bradesco e Santander. Os dados serão apresentados na edição
especial de EXAME que chega às bancas em 5 de julho, trazendo
reportagens e rankings sobre negócios na América Latina.
A liderança é absoluta também em matéria de bolsas de valores — a
Bovespa é a mais valiosa e ativa da região. Em 2011, a soma dos valores
de mercado de todas as empresas listadas
na bolsa brasileira foi praticamente o dobro do valor da Bolsa Mexicana
de Valores, a segunda maior entre as latino-americanas.
O contraste com a Argentina é mais gritante: juntas, as três maiores
companhias brasileiras de capital aberto — Petrobras, Vale e Ambev —
fecharam 2011 valendo o mesmo que a soma das 105 com ações negociadas na
bolsa de Buenos Aires.
Neste ano, com a queda dos preços dos papéis, muitas empresas foram
desvalorizadas — só a Petrobras perdeu 33 bilhões de dólares do início
do ano até 13 de junho. Mas a estatal brasileira se mantém como a número
1 da América Latina.
Além de reunir as empresas de maior valor da região, a Bovespa se
destaca pelo dinamismo. Em 2011, movimentou diariamente 3,4 bilhões de
dólares em ações, o triplo das bolsas de todos os outros países da
região juntas. Olhando para cima, contudo, a situação é diferente.
A NYSE Euronext, bolsa que opera em Nova York e em cinco países
europeus, movimenta 200 bilhões de dólares por dia — 60 vezes o volume
da Bovespa. A bolsa de Nova York é referência mundial para investidores
estrangeiros que buscam ações de companhias latinas.
As ações brasileiras listadas ali movimentam 3 bilhões de dólares por
dia, quase o mesmo que a Bovespa negocia com todas as suas empresas. Ou
seja, se a Bovespa quiser se tornar referência mundial em América
Latina, terá de competir com a NYSE.
“Todas as bolsas da América Latina querem se tornar um hub
internacional e atrair o investidor estrangeiro”, diz Fernando Exel,
presidente da Economática. A Bovespa recentemente deu um passo nesse
sentido listando algumas empresas americanas e outras latinas. Peru,
Chile e Colômbia também caminham nessa direção.
Ter a mais ativa bolsa da América Latina não significa que o mercado
brasileiro de capitais já esteja maduro. Um dos indicadores que medem o
avanço financeiro de um país é a relação entre o tamanho das economias e
o valor das bolsas.
Segundo a Economática, as empresas americanas de capital aberto
representavam, em 2011, 93% do PIB do país, enquanto as brasileiras
atingiram 48%.
“A bolsa de valores reflete a riqueza e a saúde financeira das empresas
de um país”, diz Rodolfo Amstalden, economista da Empiricus, empresa de
análise de ações. Ou seja, as bolsas latinas ainda têm muito que
crescer.
Fonte: Exame
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