quarta-feira, 6 de março de 2013

Identifique e melhore fatores críticos de comunicação

Não entendeu?

Conheça três variáveis que devem ser levadas em conta para melhorar as comunicações com seus parceiros negócios

Tenho observado, ao longo de minha vida profissional, que uma das competências mais críticas para empreendedores e gestores é a facilidade de comunicar-se adequadamente com todos os seus parceiros de negócios –aí incluo fornecedores, clientes e os chamados colaboradores.
Não é preciso ser um especialista para verificar a quantidade de processos que são muito bem-sucedidos ou falham basicamente por causa da qualidade da comunicação. Esses processos podem, entre outras funções, comunicar um desafio, fazer uma negociação, dar mais responsabilidades a uma pessoa ou tentar uma parceria.
Não são tarefas exclusivas de empreendedores e gestores, mas algo com que nos deparamos diariamente, em todos os nossos relacionamentos interpessoais. Quantos de nós já não tivemos de vivenciar problemas com nossos cônjuges, filhos ou amigos decorrentes de uma simples “falha de comunicação”?
Da mesma forma, devemos ter em nossas memórias casos em que a habilidade de comunicação foi fundamental para o sucesso que se esperava em determinada relação de nossas vidas.
Embora essa capacidade seja nata em várias pessoas, se entendermos os fatores críticos de sucesso de uma boa comunicação, poderemos melhorar ou adquirir essa competência de forma mais efetiva.
Quando duas pessoas se comunicam, há basicamente três variáveis importantes que podem impactar o resultado esperado, que vão além do conteúdo e que estão intimamente ligadas às emoções de nosso interlocutor:
Forma - Existem várias formas de dizer a mesma coisa, que em vários casos se sobrepõem ao conteúdo. Por exemplo: se espero que uma pessoa melhore o seu desempenho, posso dizer: “Você tem muitos defeitos e temos que combatê-los imediatamente” ou “Você tem muitas qualidades, mas, diante de nossos desafios, creio que há algumas oportunidades de melhoria que, se forem trabalhadas rapidamente, lhe darão mais condições de acompanhar o nosso crescimento.” Veja que o objetivo das duas comunicações foi o mesmo: que uma pessoa melhore seu desempenho. No entanto, a forma escolhida no primeiro caso poderá gerar desmotivação e insegurança, entre outros sentimentos indesejados para alguém que tem o desafio de melhorar. Por outro lado, no segundo caso estamos motivando a pessoa e da mesma forma dando o “recado” de que, se não melhorar, ela poderá estar fora de nossos planos.
Tempo – O tempo que antecede uma comunicação é completamente diferente daquele em que se comunica uma mensagem. Veja que, ao decidir comunicar algo, você já teve a possibilidade de elaborar, refletir e tentar prever as possíveis reações do receptor. Por outro lado, o receptor, ao receber uma mensagem sem ter tido o tempo para as devidas assimilação e digestão, poderá reagir de formas absolutamente irracionais ou indesejadas. Sendo assim, dependendo do que se quer comunicar, é melhor evitar discussões logo na sequência do comunicado e dar a chance ao receptor de refletir e elaborar o que lhe foi dito.
Expectativa – Ao falarmos com uma ou várias pessoas, temos uma expectativa em relação à reação do outro. Da mesma forma, enquanto comunicamos algo, o outro vai desenhando modelos mentais preconcebidos e, ao mesmo tempo, construindo expectativas em relação à mensagem. Dificilmente a reação do outro estará 100% alinhada com a expectativa que criamos, e isso pode gerar frustração ou conflitos que não esperávamos que acontecessem. Por exemplo, quem não experimentou uma briga com um amigo, familiar ou com a pessoa amada e depois se perguntou: “Mas como isso aconteceu?” Uma briga dessas, sem motivo aparente, pode ter começado porque as expectativas de um dos dois lados não foram alcançadas.
Essas três variáveis não necessariamente acontecem de modo isolado. Na maioria das vezes são simultâneas, o que reforça ainda mais o desafio de nos comunicarmos corretamente.
Finalmente, não podemos esquecer que esses processos envolvem pessoas e que cada um de nós tem uma história de vida, uma maneira de reagir às formas como algo é comunicado e expectativas em relação a nós, ao nosso negócio e aos outros. Da mesma forma, cada um terá diferentes capacidades de gerenciar o tempo e as ansiedades.
Sendo assim, aqui vai a última dica: antes de comunicar algo ou estabelecer um diálogo, conheça o seu interlocutor e procure entender um pouco melhor de que maneira essas três variáveis poderão influenciar o seu objetivo final.
Fonte: Época Negócios, por Carlos Miranda


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