São Paulo – A máxima de que nenhum homem é uma ilha, célebre
na obra do poeta inglês John Donne, surgiu na Idade Média, mas continua mais
válida do que nunca, sobretudo no ambiente profissional.
É que a
capacidade de trabalhar bem em equipe tem sido uma das habilidades
comportamentais mais valorizadas pelos recrutadores. Por isso perguntas com
foco nesta competência são frequentes nas entrevistas
de emprego.
“É muito
importante porque uma equipe ruim pode destruir uma empresa”, diz a consultora
organizacional Meiry Kamia. Aumento de custos, erros constantes são alguns dos
prejuízos ocasionados por uma equipe que não trabalha bem junta.
Pensando
nisso, EXAME.com consultou especialistas para saber quais são os principais
erros que os profissionais cometem e que podem comprometer todo o trabalho de
uma equipe. Confira:
1.Ser inflexível e não transparente na comunicação
“Um dos
principais erros é a pessoa se comunicar da mesma forma com todo mundo”, diz
Marcia Rezende, diretora do Instituto de Thalentos. Conforme ela explica,
comunicar-se bem não é simplesmente falar bem. “É preciso ter flexibilidade na
comunicação e vontade de compreender o outro”, explica.
“É algo
relacionado à empatia. Se uma pessoa é mais delicada o ideal é ser mais sutil
na comunicação, com alguém mais focado em fatos e dados é melhor ser mais
objetivo”, diz Meiry.
A
transparência também é palavra de ordem no trabalho equipe. “É importante que a
equipe saiba quais são as condições e as limitações do seu trabalho”, diz
Márcia.
2.Não alinhar o objetivo
Cada
participante tem uma meta individual. Um quer ganhar dinheiro,
outro está em busca de reconhecimento profissional ou de uma promoção. Mas se
essas pessoas não encontram um objetivo em comum que mova a equipe, todo o
trabalho pode ser comprometido, segundo Marcia. “Uma equipe desalinhada custa
para a organização”, diz.
Isso
acontece uma vez que o trabalho em equipe só funciona quando os participantes
têm um objetivo em comum. “Em neurolinguística é o que chamamos de
metaobjetivo, está acima dos objetivos pessoais”, diz a especialista.
3.Comprometimento zero
Um
participante não comprometido vai prejudicar os resultados atingidos por toda a
equipe. “Sem valores e objetivos alinhados, a chance de faltar comprometimento
é alta porque o trabalho precisa fazer sentido para o profissional”, diz
Marcia.
4.Falta de planejamento e de respeito a prazos
Sem
participantes focados e com planejamento
nenhuma equipe vai para frente. É importante que as prioridades
sejam dadas e que cada um saiba muito bem qual o seu papel dentro da equipe e
siga à risca o que foi definido, na opinião de Márcia. “É preciso saber o que é
urgente, o que é prioritário e respeitar os prazos”, diz a especialista.
5.Criticar um participante na ausência dele
Descontente
com a atitude de um dos colegas de equipe, o profissional reclama dele para as
outras pessoas. Pode até parecer inofensivo, mas não é, segundo Meiry. “Gera um
mal estar tremendo”, diz a consultora. “Falar diretamente é muito melhor porque
reduz a interferência e dá a chance de a pessoa receber um feedback sobre as
suas ações”, explica.
6.Desvalorizar o trabalho do outro
Em
mercados cada vez mais competitivos, a tendência é valorizar demais o trabalho
individual dentro da equipe e ignorar ou desvalorizar o esforço dos outros
participantes. “Com a competitividade como pano de fundo, este é um erro
comum”, diz Meiry. Lembre-se de que uma postura assim transmite a imagem de
arrogância.
7.Não assumir erros
Certamente
uma pessoa assim já deve ter cruzado o seu caminho. Ótimos em apontar o dedo e
denunciar o erro alheio e péssimos na hora de assumir seus próprios equívocos.
“Se alguém da equipe erra, o certo seria que o erro fosse encarado como sendo
de todos, mas infelizmente a realidade não é essa”, diz Meiry.
8.Ignorar as regras estabelecidas pela equipe
Respeito
às diretrizes é essencial, mas nem todo mundo faz isso. “Muitas pessoas acabam
ignorando as regras e fazendo as coisas do jeito que elas acham melhor”, diz
Meiry.
A resistência geralmente está ligada à adoção de novos processos, procedimentos e sistemas. “As pessoas têm dificuldade em se adequar”, diz Meiry.
A resistência geralmente está ligada à adoção de novos processos, procedimentos e sistemas. “As pessoas têm dificuldade em se adequar”, diz Meiry.
9.Desequilíbrio emocional
Tomar
feedbacks negativos como perseguição pessoal, melindrar-se diante de críticas
construtivas, perder a calma e apelar para gritos e grosserias. Estes sintomas
podem indicar que o profissional peca em relação ao equilíbrio emocional,
segundo Meiry. Além de ser prejudicial ao andamento do trabalho de toda a
equipe, há o risco de essa pessoa acabar isolada.
10.Não aceitar as diferenças
Entender
que a heterogeneidade de uma equipe é um aspecto a ser valorizado nem sempre é
comum. “Entender e respeitar as diferenças é essencial, mas muita gente quer
moldar as pessoas de acordo com seu ponto de vista”, diz Meiry.
É claro
que os embates vão acontecer, mas tentar entender os outros é o caminho correto
na hora de solucionar conflitos e construir alianças. “Negociação é
fundamental”, lembra Márcia.
Fonte:
Revista Exame, por Camila Pati.
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