Entenda o que leva alguns
executivos ficarem presos a hábitos que podem prejudicar a carreira e veja como
é possível mudar este quadro
São Paulo – Os hábitos, sejam eles maus ou bons,
começam sempre por meio de um gatilho. Sim isso mesmo. Gatilhos “são estímulos
sensoriais responsáveis pelo encadeamento de uma rotina. É como um vício”,
explica Renato Hirata, consultor e sócio da Hirata Consultores & Editora.
Ele explica que os grilhões
que prendem muitos profissionais à rotinas destrutivas são as “recompensas” que
provêm delas. “Todo hábito tem um ganho. Até, por exemplo, fumar. O fumante
pode dizer que o cigarro o deixa mais seguro, mais tranquilo”, explica.
Por isso, uma mudança de
rotina pressupõe que a pessoa identifique o gatilho que desencadeia o hábito e
a “recompensa” resultante dele. Esta é uma das primeiras etapas de um sistema
desenvolvido por Hirata para que as pessoas consigam alterar atitudes que em
nada contribuem para a carreira PMI – Prosper Mind Intelligence.
Para que a alteração
da rotina seja efetiva e duradoura, os profissionais passam pelas cinco fases
do PMI, segundo o especialista: diagnóstico, conscientização, motivação, ação e
repetição. Entender o que desperta o hábito, ou seja, qual é o gatilho, é o
primeiro passo.
“A conscientização acontece
quando a pessoa sabe qual é o efeito do hábito para a sua vida, é aí que ela
‘acorda’”, diz. A motivação para mudar surge em seguida, mas a ação - isto é, o
rompimento da inércia da rotina - só é possível quando a pessoa enxerga outro
hábito com uma recompensa mais vantajosa e decide substituir.
“A última fase é a repetição
da ação”, explica Hirata. Ele sugere que a pessoa faça isso por 28 dias para
que os resultados sejam duradouros. Com base neste método, EXAME.com pediu que
Hirata identificasse hábitos que atrapalham a carreira de executivos e quais as
“recompensas” que os prendem a eles. O especialista também sugere novos hábitos
que podem substituí-los, mostrando que as recompensas destes últimos podem ser
mais vantajosas. Confira:
Habito 1 Reclamar que a empresa não oferece
recursos
Queixas sobre tempo curto
para realizar as tarefas ou sobre a falta de ferramentas para trabalhar são
constantes nas empresas, de acordo com Hirata. A recompensa deste hábito, diz o
especialista, é a proteção do mau desempenho. “É uma justificativa. A pessoa
não pode ter uma boa performance porque a empresa não deixa”, explica.
Dica: Fazer dos recursos
limitados uma oportunidade de crescimento pode ser o substituto deste mau
hábito, sugere Hirata. “Ao fazer isso, a pessoa para de congelar a mente nas
reclamações”, explica. E a recompensa é o aumento do potencial criativo.
Habito 2
Trabalhar apenas pelo dinheiro
Ter o dinheiro como único
motivador para trabalhar é outro mau hábito em que muitos executivos incorrem.
“A recompensa é a sobrevivência. Ao receber o salário o profissional paga as
contas e sobrevive”, diz o especialista.
Dica: Trabalhar voluntariamente
para a organização pode ser o novo hábito adotado. O dinheiro deixa de ser o
objetivo e passa a ser a consequência. “A recompensa é o aumento do valor
agregado. E as pessoas que estão voluntariamente na organização tendem a ser
mais estáveis também”, diz.
Habito 3 Vitimizar-se pelas injustiças cometidas
pela empresa
Ter sido preterido em uma
promoção ou não receber o aumento almejado são “pratos cheios” para que os
profissionais se considerem vítimas da injustiça de um gestor ou da empresa. O
hábito de se fazer de vítima tem como recompensa a “terceirização” do fracasso.
“O ganho desta atitude é justificar a situação de fracasso”, diz Hirata.
Dica: Ao invés de se considerar
uma vítima, tome as rédeas da situação e assuma o papel de empreendedor. “Quem
assume o olhar do dono do negócio consegue suportar qualquer crise”, diz
Hirata.
Habito 4 Medo de se comprometer com metas
Ao esquivar-se do
comprometimento com seus objetivos e metas a recompensa é a minimização do
esforço, de acordo com o especialista.
Dica: Troque o medo pela coragem
de assumir novos desafios. “O ganho de transformar a coragem em hábito é o
aumento do limite do desempenho”, explica Hirata. Mire-se no exemplo dos
atletas que melhoram a performance estipulando metas a serem alcançadas.
Fonte: Revista Exame, por:
Camila Pati.
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