São
Paulo – Nem sempre contrair dívidas significa que a empresa está indo mal, isso
é um mito sobre empréstimos que alguns empreendedores ainda acreditam. Entretanto,
um dos principais erros cometidos por pequenos empresários é não certificar-se
de que o negócio é viável. “É importante conseguir pagar o credor, os impostos
e ainda ter um retorno que seja, no mínimo, igual à remuneração desejada”,
explica César Caselani, professor da Escola de Administração de Empresas de São
Paulo da fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP).
“O
financiamento combina com planejamento, pois estamos falando de uma visão de
longo prazo”, afirma Salvador Serrato, consultor do Sebrae-SP. Para Rodrigo
Zeidan, especialista em finanças e professor da Fundação Dom Cabral, aprender
sobre o custo efetivo total (CET) e avaliar qual é o prazo da dívida são outros
aspectos importantes. Veja abaixo algumas perguntas que podem auxiliar empreendedores.
1.Qual é a razão do financiamento?
O
questionamento é indispensável, pois é preciso avaliar quais são as reais
condições financeiras da empresa. Segundo Serrato, se o empresário precisa de
um empréstimo porque tem necessidade de capital de giro, antes, é preciso
verificar se os indicadores financeiros do negócio estão em ordem. Caso
contrário, a dívida só tenderá a aumentar.
Caselani
afirma que não é recomendável recorrer a empréstimos ao abrir um novo empreendimento.
“Quando já se tem uma empresa consolidada é possível fazer projeções mais
apuradas. Pois, o empresário conhece o mercado, o tipo de cliente, e a demanda
potencial”, explica.
2.Quais são as opções no mercado?
O
crescimento de uma pequena empresa pode
estar atrelado à necessidade da compra de novas máquinas ou da expansão do mix
de produtos, por exemplo. Hoje, há empréstimos de longo prazo em bancos de
desenvolvimento e linhas de empréstimo comum.
Para
negociar melhores condições de pagamento, Serrato recomenda visitar
instituições com as contas da empresa em ordem ou com um planejamento detalhado
para conseguir o capital desejado.
3.Qual é o prazo da dívida?
É
preciso levar em consideração que parte do fluxo da empresa estará comprometida
quando é feito um empréstimo. Além de se atentar à prestação, Zeidan afirma que
dependendo do tipo de empréstimo, o prazo da dívida não pode ser muito longo.
Caselani
explica que o empresário precisa fazer uma previsão do retorno que ele vai ter
sobre o investimento que será feito, tendo em vista o dinheiro que ele pegou
emprestado. “Além da sazonalidade, é preciso olhar as perspectivas da empresa
de maneira macro”, afirma.
4.Qual é o Custo Efetivo Total (CET)?
Ao
conhecer o custo total da operação de crédito, o empresário pode comparar as
ofertas de crédito feitas pelas instituições financeiras. Taxas de contrato e
de seguro, por exemplo, podem acabar elevando a taxa de juros.
É
possível acessar o site do Banco Central para
calcular a verdadeira taxa de juros que um empréstimo requer antes de tomar uma
decisão.
Fonte: Revista Exame, por Camila Lam.
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