São
Paulo – Hoje, três em cada dez pequenas empresas brasileiras não sobrevivem aos dois
primeiros anos do negócio, segundo dados recentes do Sebrae. Em parte, a falta
de capacidade de gestão é responsável pelo fim de muitos negócios.
Cuidar bem das finanças é
essencial para pequenas empresas. Muitas vezes sem uma equipe, o próprio
empreendedor assume o papel de
gerir e administrar todo o negócio. O problema é que empresas de pequeno porte
podem não ter capacitação adequada e os erros recorrentes levam o negócio à
falência. Com amadorismo, os empreendedores ainda acreditam em mitos sobre
finanças que podem ser fatais ao negócio.
1.Vender mais dará mais lucro
É verdade que aumentar as
vendas pode também aumentar os lucros, mas nem sempre isso é verdade. Segundo
Maurício Galhardo, da Práxis Business, o lucro acontece quando há controle
financeiro e dos gastos. “Se não tem uma margem boa, vender mais significa
jogar a empresa no buraco”, diz Galhardo.
2. Falta de lucro é o fim do negócio
O professor de finanças
do Insper Angelo Corsetti diz que muitos empresários acreditam que o lucro é o
indicador mais importante da saúde do negócio. Mas nem sempre funciona assim.
“Uma empresa quebra não é por falta de lucro, é por falta de caixa. Às vezes, o
sujeito que é amador imagina que uma empresa não vai quebrar por que tem lucro.
Mas quem determinará isso é o fluxo de caixa”, explica Corsetti.
3. Dono deve ter uma retirada mensal
Muitos chamam de
pró-labore, outros de participação nos lucros. O importante para muitos
empreendedores é fazer uma retirada mensal de dinheiro da empresa.
essa
condição. Ela pode ter sazonalidade e não fechar no azul. Se o dono não tiver
esse controle, ele tira dinheiro e afunda ainda mais o negócio”, afirma
Galhardo.
O ideal, segundo ele, é
ter um planejamento para saber em quais meses é possível fazer a retirada sem
prejudicar o negócio. “Há meses que ele pode tirar duas vezes e outros não. Ele
precisa entender o fluxo de caixa da empresa e o pessoal”, diz o
consultor.
4. Não há diferença entre contas pessoais e jurídicas
Muitas pessoas ainda
acreditam que não há problema em misturar finanças de empresa e pessoais. “Como
saber se o negócio está indo bem ou não se tem contas pessoais ali no meio”,
questiona Galhardo. Se usar o dinheiro do negócio nas contas pessoais, é
preciso registrar o valor, para saber como está o resultado real da
empresa.
5. Planejamento é perda de tempo
Um planejamento
financeiro bem feito pode exigir tempo e informações do empresário. Por falta
de um ou outro, muitos não fazem um planejamento adequado e acabam instalando
uma gestão amadora na empresa. A margem de lucratividade, o giro de ativos e a
geração operacional de caixa devem ser dados conhecidos do empreendedor que
quer expandir. “A empresa precisa crescer, mas tem que crescer de maneira
sustentável e lucrativa”, diz Corsetti.
Fonte: Revista Exame, por Priscila Zuini.
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