Respondido
por Rodrigo Zeidan, especialista em finanças
Se
pudéssemos fazer uma ‘autópsia’ nas pequenas
e médias empresas que vão à
falência, descobriríamos que a falta de capital de giro é a principal causa
mortis. Empresas lucrativas, em muitos casos, sucumbem pela falta de
planejamento do capital de giro. Por que isso acontece? A resposta não é
simples, mas envolve a análise do ciclo operacional, que é subdivido em ciclos
econômico e financeiro.
O ciclo
econômico reflete o processo produtivo, da compra de insumos à venda dos bens e
serviços. O financeiro, por sua vez, vai do pagamento da compra de insumos ao
recebimento pelas vendas. O que os empresários esquecem é que um aumento de
produção vai afetar primeiramente o pagamento dos insumos; e somente após todo
o ciclo operacional, a empresa receberá pelo aumento de produção.
Portanto,
a necessidade de capital de giro aumenta com o crescimento da produção e se a
empresa não se planejar ela pode se estrangular financeiramente.
Um dos
mais interessantes paradoxos da gestão financeira é o fato de que o sucesso
empresarial pode causar a morte da empresa por causa do aumento da necessidade
de capital de giro. Como se prevenir?
Monitorar
os ciclos econômico e financeiro é fundamental. Eles não são afetados somente
pelo crescimento, mas também pelos prazos médios de pagamento e recebimento.
Embora o capital de giro não seja somente função do ciclo operacional,
gerenciar as mudanças nos ciclos econômicos e financeiros é crucial para a
sobrevivência da organização.
Para
relembrar: o ciclo econômico pode ser medido pelo prazo médio de estocagem
(PME); o financeiro é igual ao PME mais o prazo médio de recebimento e menos o
prazo médio de pagamentos.
Fonte: Revista Exame, por Camila Lam.
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